Atuação de Eddie Redmayne é principal destaque em "A Teoria de Tudo"

Por mais que tenham outras qualidades, como boas produções e roteiro, alguns filmes são marcados pelo trabalho de um ator, que apresenta uma interpretação impactante e, por isso, merece todos os elogios. É esse o caso de "A Teoria de Tudo", filme que concorre a cinco estatuetas no Oscar deste ano e que deu a Eddie Redmayne o papel de sua vida.
No longa, Redmayne interpreta o físico Stephen Hawking, desde a juventude até a vida adulta. A trama começa no período em que ele ainda é um estudante, mas já demonstra habilidades incomuns com os números. Curioso, o jovem quer descobrir uma fórmula que possa explicar a origem do mundo que nos cerca. 
Durante sua busca incessante pela "teoria de tudo", Hawking conhece Jane (Felicity Jones) e se apaixona por ela. No auge da relação, o físico tropeça e, levado ao hospital, descobre ter Esclerose Lateral Amiotrófica, uma doença degenerativa que atinge seus movimentos musculares e o impede, por exemplo, de andar e falar normalmente. 
Com uma expectativa de vida de dois anos, Hawking e Jane decidem se casar e viver o tempo que puderem juntos. Começam a chegar os filhos e, com o passar do tempo, também aumentam as dificuldades da esposa em cuidar do marido, cada vez mais limitado. Quando perde a capacidade de falar, o físico recebe a ajuda de uma máquina que reproduz tudo aquilo que ele quer dizer. Com dificuldade e aos poucos, Hawking contraria todos os prognósticos e expectativas sobre a doença, tornando-se uma referência de superação.
Dirigido por James Marsh, "A Teoria de Tudo" é um filme muito bem conduzido, com um narrativa muito tradicional, mas que combina com o estilo inglês da produção, marcado por diálogos bem escritos e uma boa reprodução da época.
Mais do que a qualidade da narrativa, "A Teoria de Tudo" é um filme feito para valorizar o trabalho do ator, como, em geral, são os filmes ingleses, e encontra em Eddie Redmayne o intérprete ideal para o personagem central. Além da semelhança com Hawking, Redmayne apresenta um trabalho corporal muito preciso, sem exageros, o que mostra uma preocupação em mergulhar nas características da figura retratada. Como a esposa do físico, Felicity Jones está graciosa e carismática, conseguindo, também, demonstrar os conflitos da personagem em relação ao casamento e à doença do marido. 
Com estreia prevista para quinta-feira (29), "A Teoria de Tudo" é um filme muito correto sobre um renomado físico e, também, sobre as dificuldades de um homem que lida com uma doença degenerativa. Mais do que isso, é o trabalho da carreira de Eddie Redmayne, que "coloca o filme no bolso" e, indicado ao Oscar, merece a estatueta, mesmo que, para isso, tenha que enfrentar o favoritismo de Michael Keaton, protagonista de "Birdman". Independente de prêmios, o ator firma seu lugar na indústria cinematográfica e mostra-se um dos bons atores da nova geração.


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