"Fargo" é mistura genial das melhores características dos irmãos Coen


Sucesso nos cinemas em 1996, quando foi lançado, "Fargo" trouxe prestígio aos irmãos Joel e Ethan Coen, que, na época, se tornaram ainda mais conhecidos e festejados. Anos depois, em 2014, o longa deu origem a uma série de TV de mesmo nome, que explorou novos caminhos e detalhes da trama, tornando-se igualmente excelente. Atrasado, já que a série terminou há alguns meses, terminei recentemente de ver a atração e isso me fez querer revisitar o obra cinematográfica dos irmãos Coen e reafirmar a certeza que sempre tive: "Fargo" é genial.
A trama do longa começa quando o vendedor de carros Jerry Lundegaard (William H. Macy) vai até a cidade de Fargo, no estado norte-americano de Dakota do Norte, para contratar dois bandidos para um serviço. O combinado seria que Carl Showalter (Steve Buscemi) e Gaear Grimsrud (Peter Stormare) sequestrariam a esposa de Jerry e dividiriam com ele o dinheiro do resgate, que seria pago pelo pai da vítima.
O plano parecia perfeito, mas, como costuma acontecer em muitos dos filmes dos irmãos Coen, a situação foge muito do controle. Fugindo para o cativeiro onde a esposa de Jerry ficaria escondida, os bandidos acabam sendo parados por um policial, que acaba morto pelo descontrole de Grimsrud. O assassinato acaba sendo presenciado por outras duas pessoas que passavam pelo local e que, também, acabam mortas. 
O triplo homicídio mobiliza a polícia da pequena comunidade, chefiada por Marge Gunderson (Frances McDormand), grávida de sete meses. Dedicada a descobrir o culpado pelos crimes, ela segue várias pistas e começa a desvendar o quebra-cabeça. Só que o pagamento do resgate e o acordo dos envolvidos, mais uma vez, faz tudo sair do controle.
Com roteiro assinado pelos irmãos Coen, "Fargo" reúne as melhores características da dupla, que se repetiriam em trabalhos futuros. O primeiro aspecto que merece destaque é a trama, muito bem amarrada e cheia de reviravoltas, muitas vezes provocadas pela imbecilidade e trapalhadas dos personagens. As situações criadas no filme, que, em geral, beiram o ridículo, são impressionantes e só deixam o filme ainda mais instigante. O humor sagaz, outra marcante qualidade dos diretores e roteiristas, também está presente aqui, criando piadas e circunstâncias grotescas e, por conta disso, muito cômicas. 
O elenco é um capítulo à parte e, com certeza, é parte fundamental para o êxito do filme. Frances McDormand está perfeita na pele da policial grávida, que se desloca com dificuldade e carrega traços de ingenuidade e simplicidade, fazendo dela uma personagem fascinante. A dupla violenta e ridícula vivida por Steve Buscemi e Peter Stormare também é essencial para o filme, sendo responsável por muitos bons momentos. 
Ridícula, violenta e cômica, a história de "Fargo" resultou em um ótimo filme e marcou, definitivamente, a presença dos irmãos Coen na indústria cinematográfica. A criatividade dos diretores, que foram responsáveis por outros excelentes trabalhos depois desse, sem dúvida, faz diferença no cinema mundial.


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