"Vingadores: Era de Ultron" reforça qualidades da Marvel em produzir bom entretenimento


Foi-se o tempo em que os filmes de super-heróis eram feitos para agradar apenas crianças e adolescentes, muitas vezes, trazendo tramas bobas e caricaturas desse tipo de personagem. De alguns anos para cá, desde que a Marvel mergulhou de cabeça no cinema através de parcerias com estúdios e, posteriormente, da criação de sua própria estrutura cinematográfica, tudo isso mudou. A chegada dos heróis da empresa às telonas transformou o gênero e, sem qualquer exagero, já é possível afirmar que a Marvel é responsável por produzir, hoje, entretenimento da melhor qualidade no cinema. Dito isso, o recém-lançado "Vingadores: Era de Ultron" não foge à regra. 
A segunda parte da saga "Vingadores" inicia a trama após os acontecimentos de "Capitão América 2 - O Soldado Invernal", que culminaram no desmantelamento da S.H.I.E.L.D., que, por sua vez, mostrou-se um "braço" da organização criminosa Hidra. Tentando manter o mundo a salvo de ameaças, Tony Stark (Robert Downey Jr.) projeta a criação de um sistema de inteligência artificial que permita a paz no planeta. Depois de recuperar e utilizar o cetro de Loki (Tom Hiddleston), que estava em poder da Hidra, o Homem de Ferro, auxiliado por Bruce Banner (Mark Ruffalo), consegue desenvolver Ultron (voz de James Spader).
A inteligência artificial rapidamente domina os sistemas e todos os recursos disponíveis aos Vingadores. Para piorar, Ultron ainda busca criar uma estrutura corporal que o permita "proteger" a humanidade dos heróis, considerados por ele como peças prejudiciais para a paz mundial. Além de um exército de máquinas criadas para auxiliá-lo em seu plano, Ultron ainda consegue o apoio de Mercúrio (Aaron Taylor-Johnson) e da Feiticeira Escarlate (Elizabeth Olsen).
Além da ameaça iminente de Ultron, os Vingadores ainda enfrentam uma batalha dentro de suas mentes. Afetados pelos poderes da Feiticeira Escarlate, todos passam a ser influenciados por receios e medos, que podem prejudicar a missão contra Ultron. 
Produzido pela Marvel Studios e dirigido por Joss Whedon, "Vingadores: Era de Ultron" traz ao público todos os elementos de um bom entretenimento. O primeiro a ser destacado é o roteiro, muito bem amarrado e contado durante as duas horas e meia de filme. A história não deixa lacunas sem explicação e "preenche" bem todo o longa, criando boas cenas de ação e, também, explorando bons conflitos entre os personagens, como, por exemplo, as relações entre a Viúva Negra (Scarlett Johansson) e Banner ou, ainda, as rixas entre o Homem de Ferro e o Capitão América (Chris Evans). 
Ainda falando da história, é muito importante exaltar o cuidado e a inteligência dos roteiristas. A cada filme da Marvel, percebemos que diferentes tramas e universos estão interligados e que detalhes específicos em filmes do Thor (Chris Hemsworth), por exemplo, fazem a diferença em outras sagas. O que poderia ser uma dificuldade, já que corre-se o risco de determinada história dialogar com públicos que não necessariamente acompanham outros heróis, torna-se uma qualidade. De forma inteligente e sem ser didática, os roteiros constroem tramas muito "orgânicas", de fácil entendimento até mesmo para aqueles espectador esporádicos do gênero. E o que é melhor: isso tudo é feito sempre com uma qualidade diferenciada e sem diminuir as histórias, fato este que merece aplausos. 
Falar sobre produção, efeitos sonoros e especiais é "chover no molhado". Do elenco, também não há muito a dizer. O grupo de bons atores é todo muito bem entrosado e cada um deles consegue imprimir as particularidades específicas dos personagens. Nesse filme, os destaques são para Scarlett Johansson, Robert Downey Jr., Mark Ruffalo e Jeremy Renner. Não há como esquecer, também, de James Spader, cuja voz dá vida a Ultron e torna o vilão um atrativo do filme.
Com um bom currículo de serviços prestados, como o imbatível "Guardiões da Galáxia" e os filmes solos de "Thor" e "Capitão América", "Vingadores: Era de Ultron" deixa sua marca e reforça o que já se sabia: que, com a inteligência, cuidado e produção da Marvel, as histórias de super-heróis evoluíram a um outro patamar e, hoje, são responsáveis pelo melhor tipo de entretenimento que o cinema pode proporcionar.


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