O Oscar 2016 está se aproximando e, além da expectativa sobre os vencedores, muita gente já começa a apostar em qual será a injustiça que a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood vai cometer na cerimônia, marcada para 28 de fevereiro. É inevitável: vez ou outra, os votantes da Academia contrariam especialistas e curiosos escolhendo filmes, atores e diretores que não pareciam favoritos ou merecedores da estatueta. Algumas dessas escolhas são tão controversas que entram para a história, como é o caso dos exemplos listados abaixo:
- VIOLA DAVIS
Já disse aqui que Viola Davis é uma das melhores atrizes do mundo. Em 2012, ela era uma forte candidata ao Oscar de melhor atriz, pela protagonista do filme "Histórias Cruzadas". Excelente no papel, Viola viu a estatueta escapar das mãos quando a Academia resolveu premiar Meryl Streep por "A Dama de Ferro". Ótima, Meryl, indicada inúmeras vezes, venceu claramente pelo fator "compensação" e tirou o merecido prêmio de Viola.
- EMMANUELLE RIVA
A espetacular atriz francesa Emmanuelle Riva foi a vítima de uma das injustiças da Academia em 2013. Impecável como a protagonista do filme "Amor", ela foi atingida pela má vontade da Academia com atores estrangeiros concorrendo com os principais da indústria. Emmanuelle teve que ver o Oscar ir para Jennifer Lawrence, péssima no igualmente ruim "O Lado Bom da Vida". Se queriam privilegiar uma atriz de Hollywood, então que, pelo menos, tivessem escolhido a sempre ótima Jessica Chastain, que concorria por "A Hora Mais Escura". Mesmo assim, os votantes preferiram a pior atriz entre as indicadas.
- ALFRED HITCHCOCK
Considerado um dos melhores diretores de todos os tempos, Alfred Hitchcock foi indicado cinco vezes ao Oscar pelos filmes "Rebecca", "Um Barco e Nove Destinos", "Quando Fala o Coração", "Janela Indiscreta" e "Psicose", sendo estes dois últimos considerados clássicos da história do cinema. Curiosamente, o cineasta não ganhou nenhum prêmio da Academia. O diretor só foi lembrado em 1968, com um prêmio honorário pela carreira, o que soa mais como uma homenagem do que como merecimento por um trabalho realizado. Mais um caso das muitas oportunidades perdidas pela Academia.
- CHARLES CHAPLIN
O ator e diretor Charles Chaplin é outro entre alguns grandes nomes do cinema que não foi premiado pela Academia e, depois, recebeu um Oscar honorário pelo conjunto da obra. Na cerimônia de 1941, ele chegou a ser indicado a melhor ator e roteiro original, por "O Grande Ditador", um de seus filmes de mais sucesso. Ele saiu do prêmio de mãos abanando. Por outros grandes trabalhos, Chaplin sequer foi lembrado pela Academia. O Oscar honorário teve o gosto de "antes tarde do que nunca".
- SHAKESPEARE APAIXONADO
Em geral, não gosto dos filmes de Steven Spielberg, mas era inegável a popularidade de "O Resgate do Soldado Ryan", que concorreu ao Oscar em 1999. O drama de guerra, no entanto, foi derrotado por "Shakespeare Apaixonado" e perdeu o prêmio de melhor filme. Isso porque, também naquele ano, Spielberg foi eleito o melhor diretor. É difícil entender quando a Academia, no pior espírito "política da boa vizinha", decide dividir os prêmios de direção e filme, afinal, é igualmente complicado explicar como o melhor longa-metragem não teve o melhor diretor. "Shakespeare Apaixonado" é tão ruim que até me faz ser simpático ao trabalho de Spielberg. Um dos casos de filme que não merecia a estatueta que levou. Vai entender.
- ROBERTO BENIGNI
Guarde essa frase: 1999 foi um ano esquisito. Ela vai ser útil, também, nos próximos dois itens da lista. Além de "Shakespeare Apaixonado", a Academia premiou, no mesmo ano, o ator Roberto Benigni por sua atuação em "A Vida é Bela". Forçado no papel, Benigni, por qual motivo ainda não se sabe, conseguiu desbancar atores em trabalhos elogiados, como Edward Norton, de "A Outra História Americana"; e Tom Hanks, de "O Resgate do Soldado Ryan".
- CENTRAL DO BRASIL
Lembram da frase "1999 foi um ano esquisito"? Então, uma grandes injustiças do ano esteve relacionada ao filme brasileiro "Central do Brasil". Dirigido por Walter Salles, o longa era infinitamente melhor do que o vencedor da categoria melhor filme estrangeiro, "A Vida é Bela", do já mencionado Roberto Benigni. Tão chato quanto seu diretor e protagonista, "A Vida é Bela" foi a inexplicável escolha da Academia naquele ano e deixou um "gosto amargo" naqueles que esperavam que o melhor filme vencesse o Oscar.
- GWYNETH PALTROW
Ainda vamos falar sobre 1999 nesse item, ano em que Gwyneth Paltrow foi eleita a melhor atriz pelo filme "Shakespeare Apaixonado". O problema está no fato de Gwyneth ser péssima atriz e não fazer nada de extraordinário com o papel. O juízo dos votantes parece ainda mais perturbado quando pensamos que ela concorria com as excelentes Fernanda Montenegro, Cate Blanchett e Meryl Streep. É como eu falei: 1999 foi mesmo um ano esquisito.
- STANLEY KUBRICK
Outro nome que figura entre os grandes diretores da história do cinema, Stanley Kubrick nunca ganhou um Oscar, mesmo tendo recebido quatro indicações pelos filmes "Dr. Estranho", "2001: Uma Odisseia no Espaço", "Laranja Mecânica" e "Barry Lyndon". Kubrick foi esnobado, ainda, em 1969, na categoria de melhor filme, com "2001" e viu seu "Laranja Mecânica" perder quatro estatuetas em 1972, incluindo a de melhor filme para "Operação França". Hoje, o diretor é um dos mais cultuados da sétima arte.
- BEN AFFLECK
Ben Affleck é péssimo ator, mas já provou que pode construir uma carreira bem-sucedida atrás das câmeras. Em 2013, ele viu seu trabalho mais significativo, o filme "Argo", ser considerado o melhor daquele ano. Curiosamente, Affleck, que dirigiu o filme, sequer foi lembrado pela Academia na categoria de melhor diretor. Os votantes ignoraram as qualidades da direção de Affleck e, também, todos os outros prêmios que ele recebeu pelo longa.
- LEONARDO DICAPRIO
O galã de "Titanic", como ficou marcado durante muito tempo, suou a camisa para provar que era um bom ator. Desde então, Leonardo DiCaprio cresceu muito nas telas e, hoje, já pode ser considerado um ótimo intérprete. Curiosamente, e mesmo que vença o Oscar neste ano por "O Regresso", ele sempre foi esnobado pela Academia. DiCaprio já teve boas oportunidades de conseguir uma estatueta, mas nunca chegou tão perto do prêmio como em 2014, indicado por "O Lobo de Wall Street". Excepcional no papel, ele perdeu para Matthew McConaughey, que enfrentou mudanças físicas para seu personagem em "Clube de Compras Dallas", fator muito valorizado pela Academia. Não dá pra dizer que McConaughey não merecia, mas DiCaprio perdeu a chance de levar a estatueta pelo papel da sua vida.
- FELICITY HUFFMAN
Esse era uma daqueles Oscars óbvios, afinal, não tinha como a excepcional interpretação de Felicity Huffman passar batido. Mas, quis a Academia que o prêmio de melhor atriz, em 2006, fosse para Reese Witherspoon, por sua boa, porém bem menos expressiva, atuação em "Johnny & June". Os membros da Academia, mais uma vez, deixaram de premiar, de fato, a melhor atriz para dar a estatueta para um desempenho mais popular. Felicity concorria por "Transamérica", filme em que interpretava uma transexual que economizava dinheiro para uma sonhada cirurgia de mudança de sexo e, perto da data da operação, descobria a existência de um filho. Longa e atuação excelentes, que mereciam o reconhecimento.
- CHARLES CHAPLIN
O ator e diretor Charles Chaplin é outro entre alguns grandes nomes do cinema que não foi premiado pela Academia e, depois, recebeu um Oscar honorário pelo conjunto da obra. Na cerimônia de 1941, ele chegou a ser indicado a melhor ator e roteiro original, por "O Grande Ditador", um de seus filmes de mais sucesso. Ele saiu do prêmio de mãos abanando. Por outros grandes trabalhos, Chaplin sequer foi lembrado pela Academia. O Oscar honorário teve o gosto de "antes tarde do que nunca".
- SHAKESPEARE APAIXONADO
Em geral, não gosto dos filmes de Steven Spielberg, mas era inegável a popularidade de "O Resgate do Soldado Ryan", que concorreu ao Oscar em 1999. O drama de guerra, no entanto, foi derrotado por "Shakespeare Apaixonado" e perdeu o prêmio de melhor filme. Isso porque, também naquele ano, Spielberg foi eleito o melhor diretor. É difícil entender quando a Academia, no pior espírito "política da boa vizinha", decide dividir os prêmios de direção e filme, afinal, é igualmente complicado explicar como o melhor longa-metragem não teve o melhor diretor. "Shakespeare Apaixonado" é tão ruim que até me faz ser simpático ao trabalho de Spielberg. Um dos casos de filme que não merecia a estatueta que levou. Vai entender.
- ROBERTO BENIGNI
Guarde essa frase: 1999 foi um ano esquisito. Ela vai ser útil, também, nos próximos dois itens da lista. Além de "Shakespeare Apaixonado", a Academia premiou, no mesmo ano, o ator Roberto Benigni por sua atuação em "A Vida é Bela". Forçado no papel, Benigni, por qual motivo ainda não se sabe, conseguiu desbancar atores em trabalhos elogiados, como Edward Norton, de "A Outra História Americana"; e Tom Hanks, de "O Resgate do Soldado Ryan".
- CENTRAL DO BRASIL
Lembram da frase "1999 foi um ano esquisito"? Então, uma grandes injustiças do ano esteve relacionada ao filme brasileiro "Central do Brasil". Dirigido por Walter Salles, o longa era infinitamente melhor do que o vencedor da categoria melhor filme estrangeiro, "A Vida é Bela", do já mencionado Roberto Benigni. Tão chato quanto seu diretor e protagonista, "A Vida é Bela" foi a inexplicável escolha da Academia naquele ano e deixou um "gosto amargo" naqueles que esperavam que o melhor filme vencesse o Oscar.
- GWYNETH PALTROW
Ainda vamos falar sobre 1999 nesse item, ano em que Gwyneth Paltrow foi eleita a melhor atriz pelo filme "Shakespeare Apaixonado". O problema está no fato de Gwyneth ser péssima atriz e não fazer nada de extraordinário com o papel. O juízo dos votantes parece ainda mais perturbado quando pensamos que ela concorria com as excelentes Fernanda Montenegro, Cate Blanchett e Meryl Streep. É como eu falei: 1999 foi mesmo um ano esquisito.
- STANLEY KUBRICK
Outro nome que figura entre os grandes diretores da história do cinema, Stanley Kubrick nunca ganhou um Oscar, mesmo tendo recebido quatro indicações pelos filmes "Dr. Estranho", "2001: Uma Odisseia no Espaço", "Laranja Mecânica" e "Barry Lyndon". Kubrick foi esnobado, ainda, em 1969, na categoria de melhor filme, com "2001" e viu seu "Laranja Mecânica" perder quatro estatuetas em 1972, incluindo a de melhor filme para "Operação França". Hoje, o diretor é um dos mais cultuados da sétima arte.
- BEN AFFLECK
Ben Affleck é péssimo ator, mas já provou que pode construir uma carreira bem-sucedida atrás das câmeras. Em 2013, ele viu seu trabalho mais significativo, o filme "Argo", ser considerado o melhor daquele ano. Curiosamente, Affleck, que dirigiu o filme, sequer foi lembrado pela Academia na categoria de melhor diretor. Os votantes ignoraram as qualidades da direção de Affleck e, também, todos os outros prêmios que ele recebeu pelo longa.
- LEONARDO DICAPRIO
O galã de "Titanic", como ficou marcado durante muito tempo, suou a camisa para provar que era um bom ator. Desde então, Leonardo DiCaprio cresceu muito nas telas e, hoje, já pode ser considerado um ótimo intérprete. Curiosamente, e mesmo que vença o Oscar neste ano por "O Regresso", ele sempre foi esnobado pela Academia. DiCaprio já teve boas oportunidades de conseguir uma estatueta, mas nunca chegou tão perto do prêmio como em 2014, indicado por "O Lobo de Wall Street". Excepcional no papel, ele perdeu para Matthew McConaughey, que enfrentou mudanças físicas para seu personagem em "Clube de Compras Dallas", fator muito valorizado pela Academia. Não dá pra dizer que McConaughey não merecia, mas DiCaprio perdeu a chance de levar a estatueta pelo papel da sua vida.
- FELICITY HUFFMAN
Esse era uma daqueles Oscars óbvios, afinal, não tinha como a excepcional interpretação de Felicity Huffman passar batido. Mas, quis a Academia que o prêmio de melhor atriz, em 2006, fosse para Reese Witherspoon, por sua boa, porém bem menos expressiva, atuação em "Johnny & June". Os membros da Academia, mais uma vez, deixaram de premiar, de fato, a melhor atriz para dar a estatueta para um desempenho mais popular. Felicity concorria por "Transamérica", filme em que interpretava uma transexual que economizava dinheiro para uma sonhada cirurgia de mudança de sexo e, perto da data da operação, descobria a existência de um filho. Longa e atuação excelentes, que mereciam o reconhecimento.
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