Três filmes lançados há mais tempo enfrentam desvantagem no Oscar 2016


Como mais uma daquelas "tradições" da Academia, o Oscar 2016 traz, novamente, filmes que enfrentam uma ligeira, porém considerável, desvantagem: o tempo de lançamento. 
Por terem chegado às telas em 2015, longe do fim do ano e do período considerado pré-Oscar, três longas chegam à premiação no próximo domingo (28) lutando contra a conhecida "falta de memória" dos votantes da Academia para esses trabalhos. Um deles, no entanto, é o grande merecedor do prêmio de melhor filme, além de alguns outros troféus técnicos. Vamos saber um pouco mais sobre eles: 

- MAD MAX: ESTRADA DA FÚRIA

Lançado em maio, além de ser o melhor filme de 2015, ele também é o que merece ser consagrado com a principal estatueta da noite, além de muitos (ou todos) os prêmios técnicos. Quarto filme da franquia "Mad Max", o longa retoma a série do errante protagonista (Tom Hardy) com inteligência e muita inspiração. Para retratar os conflitos da sociedade em um mundo pós-apocalíptico, onde a água e o combustível importam mais do que tudo, o diretor George Miller usa uma belíssima estética, um roteiro bem amarrado e instigante, e as melhores cenas de ação e utilização de efeitos práticos, dispensando o excessivo uso da computação gráfica, dos últimos anos no cinema. "Mad Max: Estrada da Fúria" é um filme icônico e vai ficar marcado, mesmo que não tenha esse reconhecimento dos "velhinhos" da Academia.

COTAÇÃO: ★★★★★ (excelente)



- PERDIDO EM MARTE

Mais nova ficção científica de Ridley Scott, o longa estreou em outubro do ano passado nos cinemas. O filme mostra o astronauta Mark Watney (Matt Damon), que participa de uma missão da Nasa em Marte, mas, durante uma tempestade, é dado como morto e deixado no planeta pela equipe. Sozinho naquela ambiente inóspito, ele enfrenta dificuldades para se manter vivo, com a esperança de conseguir contato com a Terra e seja resgatado. Correto e bem executado, "Perdido em Marte" traz uma narrativa de tensão crescente sobre o destino do protagonista, quebrada espertamente por momentos leves e divertidos. A única ressalva é que o filme fica devendo em explorar mais o lado humano da história, sufocado pelos aspectos técnicos do enredo. O elenco é composto por ótimos nomes, mas a indicação de Damon ao Oscar de Melhor Ator pareceu um pouco exagerada. 

COTAÇÃO: ★★★ (bom)



- PONTE DE ESPIÕES

Ao lado de "Brooklyn", o filme mais fraco entre os indicados desse ano. A história, que se passa durante a Guerra Fria, mostra um advogado (papel de Tom Hanks) que aceita defender um espião soviético (vivido por Mark Rylance) capturado pelos americanos. Mesmo sem experiência, ele acaba se tornando fundamental para as negociações que envolvem a troca do preso por um agente norte-americano. Com roteiro dos irmãos Coen, "Ponte de Espiões" é melhor do que a maioria dos filmes de Steven Spielberg, mas, mesmo assim, padece com o principal defeito do diretor, que não faz questão de fugir do confortável e mediano. Tom Hanks não faz nada de excepcional e é o mesmo de tantos outros trabalhos. Já o coadjuvante Mark Rylance se sai melhor, mas não justifica sua indicação ao Oscar. 

COTAÇÃO: ★★ (regular)


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