Novamente partindo do sucesso das músicas do grupo sueco Abba, a continuação se passa após a morte de Donna (Meryl Streep) a ao desafio imposto a Sophie (Amanda Seyfried), que tomou para si a responsabilidade para reerguer o hotel da mãe, na Grécia. Ainda abalada com a perda da referência materna, a jovem enfrenta dificuldades na tarefa de manter o legado de Donna, como a vontade do marido Sky (Dominic Cooper) em deixar tudo para trás e viver em Nova York.
Enquanto tenta deixar tudo pronto para a reinauguração do hotel e descobre que está grávida, Sophie passa a sentir uma conexão mais forte com a mãe, que tinha enfrentado dúvidas semelhantes na juventude. Por conta disso, a história se divide e também começa a mostrar como Donna (Lily James) encarou os desafios que a vida impôs a ela, como a decisão de viajar o mundo e, depois, se estabelecer na ilha grega.
A vida amorosa de Donna na juventude ganha destaque, mostrando a relação dela com os três "pais" de Sophie, apresentados no primeiro filme. A história aprofunda o laço da personagem com Sam (Jeremy Irvine) e ainda foca nos encontros da jovem com Bill (Josh Dylan) e Harry (Hugh Skinner). Enquanto isso, no tempo presente, os personagens vividos, respectivamente, por Pierce Brosnan, Stellan Skarsgard e Colin Firth se movimentam para estar com a filha na reinauguração do hotel.
Por mais que a grande força de um musical esteja nas canções, não ter uma história interessante e bem amarrada é uma forma certeira de estregar o filme, que acaba virando apenas uma desculpa para personagens começarem a cantar e dançar aleatoriamente. Esse é o grande erro do primeiro longa, que, por sorte, não se repete em "Mamma Mia! Lá Vamos Nós de Novo".
Sem atropelos e com mais profundidade, o longa mostra como o passado de Donna sempre foi fundamental para a narrativa. Simplificado ao máximo no original, que apenas queria reunir os três "pais" de Sophie sem construir uma base para a história, o enredo ganhou força e ficou muito bem amarrado com a trama que focava na conexão entre mãe e filha, mesmo depois da morte da personagem de Meryl Streep. Com isso, o filme ganha robustez, sem deixar de lado o espírito divertido que ronda os personagens.
A costura da história com os números musicais é outro ponto certeiro do segundo longa. Agora, as músicas, ainda que menos conhecidas do que os grandes hits do Abba, estão melhor inseridas na narrativa e ajudam na construção de personagens e situações. Como não podia deixar de ser, as clássicas canções, como "Mamma Mia" e "Dancing Queen", estão de volta, só que em sequências mais carismáticas.
Diante dessas duas características, até o elenco ganha uma brilho especial na continuação. Apesar de terem um espaço menor do que no original, Colin Firth, Stellan Skarsgard, Christine Baranski e Julie Walters constroem versões mais simpáticas dos personagens vistos no primeiro "Mamma Mia!". A adição de Lily James ao grupo, extremamente carismática, faz diferença, assim como os atores que interpretam as versões mais jovens de Sam, Bill e Harry. As participações afetivas de Cher, como avó de Sophie, e Meryl Streep, apesar de pequenas, são muito simpáticas ao enredo. Os pontos fora da curva são Andy Garcia, que faz figuração de luxo, e Pierce Brosnan, o mesmo canastrão de sempre.
Divertido e com um roteiro muito mais bem resolvido, "Mamma Mia! Lá Vamos Nós de Novo" dá um banho no filme original e mostra, inclusive, que o primeiro longa poderia nem existir. Com uns ajustes, para dar mais espaço às versões mais velhas de Donna e dos três "pais" de Sophie, a história poderia ser uma só, o que evitaria as escolhas erradas feitas na produção anterior. O resultado é um bom entretenimento que, inevitavelmente, gruda a trilha sonora no ouvido do espectador.
MAMMA MIA! LÁ VAMOS NÓS DE NOVO
COTAÇÃO: ★★★ (bom)
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